quarta-feira, 29 de julho de 2009

a ti Sara...

3 cafés, 2 rissóis um compal de maçã... Já viste as coisas que te devo?

Os mil e um sorrisos, a companhia no Porto Leixões (em que te deixei lá longe), a companhia no hip hop sinfónico (em que tu foste lá para longe), a visita à Portucalense, a noite em Cortegaça, a recusa para dançar em Aveiro, o bar do Sr. José, o Neptuno (vês que já sei os nomes?), a aversão a gatos, o cheirinho a praia, a independência extrema, o olhar que parece não me querer ler a alma toda (e que me faz sentir bem por isso mesmo), as mensagens de bom dia, as mensagens de boa noite, e uma vontade do caraças de passar mais bocadinhos da minha vida contigo... Viesses tu ao andanças e devia-te meia vida (riste-te agora?confessa).


A ti Sara...

A ti Sara é uma lufada de ar fresco na minha vida que já cheirava a mofo.

A ti Sara fez o download de músicas do Jeffrey Lewis, e de Sonic Youth, depois de eu escrever posts no blog, e na terceira vez que a vi gostou de De la Soul e de Doors.

A ti Sara é independente e deixa-me algo à toa e inseguro com a sua independência, mas tem sempre um sorriso para me dar, e faz-me sentir confortável quando estamos juntos.


Não fumo à frente da ti Sara, aliás, reduzi drasticamente os cigarros desde que a conheci, não propriamente por ela, é mais uma das muitas desculpas que uso para me convencer que consigo fazer as coisas melhor se não as fizer por mim.


A ti Sara...

A ti Sara tem um cabelo encaracolado espectacularmente longo e bonito, tem um nariz que lhe vai mais que bem com o sorriso.

A ti Sara usa um top preto que lhe assenta lindamente, e anda sempre com uma camisola que só lhe cobre os braços morenos e que a faz parecer frágil apesar de toda a força que demonstra.

A ti Sara tem a mania de andar com o telemóvel para todo o lado, sempre a escrever mensagens, mas sinceramente e ao contrário do que normalmente me acontece, não me irrita, sei que ela também me escreve mil e uma vezes na presença de outras pessoas, e isso deixa-me feliz.


Uma vez escrevi-lhe uma mensagem demasiado entusiasmada após uns copos de vodka e de cerveja e de whiskey, a resposta seguiu-se às 8 da manhã, correcta, sincera, simpática como a ti Sara sempre foi comigo, e fiquei a gostar mais um pedacito dela, e sem dúvida a respeitá-la bem mais.


A ti Sara...

A ti Sara faz-me cantarolar músicas pirosas que nunca ouviria se não a conhecesse, não porque ela mas mostre, mas porque têm outro significado agora (ráspartam o James Morrison e o seu "you make it real for me" lol).

A ti Sara é bonita... muito bonita mesmo, com aquele sorriso envergonhado, ou com o sorriso aberto, ou com aquele ar de quem pensa na morte da bezerra, ou quando está preocupada com alguma coisa, ou quando fala de qualquer coisa de que gosta, ou quando fala de algo que a irrita, e larga sempre uma gargalhada quando eu faço piadas, mesmo que desajeitadas.

A ti Sara cheira sempre bem, umas vezes a mar, outras a shampô (de côco?) e outras ainda, a perfume.


Como diz o Tiago, o cheiro de uma menina mexe bastante connosco, e o seu ti Sara, mexe comigo...

"E mexe remexe se enrola se enrosca... " (vês a parte das músicas pirosas?)


A ti Sara...

A ti Sara teve um cão chamado Drulovic, tem um cão chamado Deco, e uma cadela chamada Violeta.

A ti Sara é uma portista ferrenha, mais que eu provavelmente, e ficou triste com a ida do Lucho para Marselha.

A ti Sara quer acabar o curso de direito e ir para África trabalhar em direito animal. Continuo a rir-me por dentro ao imaginar um antílope a entrar-lhe pelo escritório e a pedir-lhe para o defender dos Leões que não cumprem a Declaração Universal dos Direitos do Reino Animal, ou ao visualizar as cabras montanhesas a queixarem-se que os Estados Unidos não cumprem o tratado de Kioto e que o Kilimanjaro está a ficar sem neve.


E eu que fiquei com o bichinho de África, desde Angola... Há coisas que não se dizem ti Sara, são demasiado encantadoras.

Contei à ti Sara o meu sonho no primeiro café que tomámos, e ela sorriu e, apesar de algo descabido, e do café não ter corrido tão bem como esperava, foi das primeiras pessoas a não me chamar ingénuo ou a dizer-me "não sejas palerma, acorda para a vida.", a minha admiração por ela cresceu um bocadinho ai.

A ti Sara disse-me "porque é que ouves artistas mortos? Não é como se eles fossem lançar álbuns novos agora" e eu tremi por dentro, disse-me que lia Margarida Rebelo Pinto e eu congelei, agora entendo que a primeira parte foi brincadeira (certo?)... Mas confesso que na altura não achei... sou parvo.


A ti Sara...

A ti Sara tem-me aturado, e sinceramente ainda não percebi porquê, mas gosto que me ature...

A ti Sara diz que gosta do que eu escrevo, mesmo quando eu acho que é algo nheca e é mais por ela que eu tenho escrito tanto no blog.

A ti Sara merecia um texto bastante melhor que este... mas a ti Sara tem de cafézar mais umas vezes comigo para eu lhe sacar a pinta toda...


E sim ti Sara, gosto de si meio danoninho... Apesar do leite usado para o fazer...

Espero que estejas já no nosso rendez vous... não te esqueças, terra dos sonhos, terceiro coqueiro na estrada para o Burkina Faso, eu estou lá com o meu acordeão para que sigas o som...

Um dia destes vou-te ensinar a mazurka menina, prometo que vou treinar direitinho no andanças, para que depois não te pise pés...


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A ouvir:


"Plenty"


Guru (Jazzmatazz) feat. Erykah Badu


álbum:Street Soul vol.3


link

Janina

Este texto vem duma brincadeira feita com a Ana, uma amiga que possui um dom de escrita fantástico e com quem iria partilhar um blog, coisa que felizmente não aconteceu pois assim tenho eu o meu e ela o dela, e fico muito contente por isso mesmo. O exercício consistia em fazermos a descrição de uma amiga comum, a Janina, pessoa bonita e alegre e que encanta todos quantos a conheçam... o resultado do exercício da Ana está no seguinte link: link

Para este dispenso a rubrica do "A ouvir" pois já não me lembro o que estava a ouvir quando escrevi isto...




Janina



Yemanja deusa do mar por vezes, o fino ao pôr do Sol e o seu sorriso aberto nas outras...


Acho que nunca vi a Janina séria, acho que nunca a vi sem aquele esgar de quem vive porque a vida vale realmente a pena. Sempre que olho para ela penso que a podia ver num qualquer sítio e nunca estranhar, é o tipo de pessoa que não só está bem em todo o lado como faz os possíveis para que todos se sintam bem em seu redor.


Já me aturaste tanta treta ti Janas...


Tem uma luzinha interior que topei desde a primeira vez que a vi, aquece-nos de forma tão clara e evidente que ficamos com a impressão de que lhe é facílimo fazê-lo... Com o tempo percebo que às tantas lhe é mesmo...

Nunca confiei muito nas pessoas, embora seja fácil conquistar-me para determinado espaço, mas nunca foi fácil a ninguém manter-me perto, mas o centro gravitacional dela é de tal forma imenso que fico com a leve sensação que será sempre difícil escapar-lhe...

Não fossem as circunstâncias...


Sinto algo de não familiar quando falo com ela, sinto-me confortável e à vontade, e tenho vontade de explodir em segredos por saber que ela sorrirá e dirá "não te preocupes, não o direi a ninguém". Sei que lhe custa, por parva que seja, a minha incapacidade de me manter algo fixo. E é estúpido tendo em conta o quão pouco nos conhecemos (ela conhecer-me-á melhor do que a conheço a ela certamente). É estranho que das muito poucas pessoas que me viram no meu melhor e no meu pior ela, que conheço há meia dúzia de meses, seja uma delas. E não obstante isso dá a impressão de se preocupar e

de perdoar as inúmeras asneiras que faço.


A Janina é no fundo igual a ela própria, lábios abertos cabelo encaracolado e rastas e terérés.


A Janina viu cinematic orchestra comigo e virou-se para trás e disse-me "espectáculo".

A Janina leu uma mensagem que mandei a alguém num pico de felicidade e respondeu-me "e olaré". A Janina deixa-me com saudades dum mundo de que me afasto a cada dia que passa por inércia de me ser com outros. Com mais saudades do que algumas outras presenças de longa data. A Janina fica encavacada com o meu gozo sobre o seu suposto romance com outra personagem em tudo bom essencialmente no coração, e eles merecem-se no mundo um do outro, da forma que decidirem ser um com o outro. E faz-me feliz que boas pessoas encontrem boas pessoas, e invejo-os por não conseguir ser um deles.


Eu achava que a Janina se chamava Janine, mas ela tem pouco de francesa, muito de Espinho, e, tal como o nosso elo de ligação, muito de Andanças sem nunca lá terem estado. Nesse momento em que estava a criar um novo eu tomei-as às duas como exemplo e pilar... Neste momento em que me sei um eu mais antigo e escuro tenho-as como referência de que um dia sonhei.


Nunca vi as suas obras de arte, mas tenho a certeza que é boa artista, mais genuína e simples que eu de certeza absoluta, e se não o é na tela, é-o com certeza na vida...


Nina de Jah é um bom nome sim senhor... É tão paz quanto possível, tanto quanto eu gostaria de ser.