sábado, 17 de julho de 2010

Celta

DISCLAIMER: isto não é nem poesia nem prosa, nem letra e é tudo isso ao mesmo tempo enfim...

Ah e é para ler ao som de: http://www.youtube.com/watch#!v=DMC9r3aDpBI&feature=related


Bucólicas brisas na minha cara celta, o mar à frente as costas verdes,
Galiza na certa, e eu, recentemente sem passado não sei da minha herança
sou galego ou lusitano, português? quem me afiança, a genética, a parecença
a poética, a cadência, a língua, a cabeça, a minha crença já se foi, com
o meu orgulho desfeito, e com despeito admito, que agora entendo o que
convosco não partilho e faz muito mais sentido saber-me mais portuense
que português, mais nortenho que vocês, mais atlântico que europeu, nunca
lusitano eu, que até simpatizo com Viriato, antes galego, céltico, de espada
em punho e de facto, a revolta, a vontade, a anti-autoridade, o ódio ao
centralismo, a antipatia por quem não trabalha e é rico, de repente faz
sentido, tudo faz sentido, até os meus olhos claros, e o gaélico me ter soado
tão belo na Irlanda, as gaitas de foles ouvidas nos lados de Miranda, a
vontade de me perder na Coruña e no Porto, o desprezo pelo poder e por
quem se rende ao conforto, abandonando a ideologia, eu quero autonomia,
quero independência e por isso me Ipirango todos os dias, usando mais B's
em vez de V's dobrando os l' em lh's e sonhando mais vês? Sorrio bem mais
Porque sou bem mais, vitais as raízes os países a que me acostumais
não são nações apenas fronteiras, e eu cá traço as minhas, as tradições e
as manhas são divinas e a civilização que é? se não a expansão de cada
um e a reunião do que todos são em comum? E que tenho de comum com Lisboa?
A língua? também com o Norte, a história? só metade o resto só o tenho
com o Norte. Convençam-se não é ódio mas pertenço mais ao que a Galiza
foi do que àquilo que Portugal é. Celta...