tag:blogger.com,1999:blog-16897061514173157572024-03-08T22:42:59.260+01:00tu foste...jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.comBlogger47125tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-40780498077327765962011-05-27T21:44:00.002+01:002011-05-27T21:51:48.915+01:00Cartas em "Já (não) te sinto em mim"Porque a Lua me publicou uma há muito muito tempo, e porque tive a urgência de escrever outra... para que percebam a sequência vou postar ambas num só post:<br /><br /><br />A 20 de Junho de 2009 escrevi:<br /><br />"Caro João:<br /><br />Mais um dia em que acordas com esperança de que tudo mude certo?<br /><br />Mais um dia em que olhando para a janelinha da tua cela o azul do céu te dá coragem para dares mais meia dúzia de passos nessa prisão negra onde te escondes... Mais uns metros em direcção à porta onde a liberdade te espera.<br /><br />Mas a cada passo que dás mais ouves os Mars Volta a berrarem-te aos ouvidos, mais velhas feridas que se abrem (e as tuas veias que ardem como nunca), e Deus como é nojento o rasto que deixas atrás de ti rapaz... o teu sangue não é mais vermelho, antes um verde viscoso e nojento que exala de cada poro como se de suor se tratasse... Sentes a temperatura do corredor subir, sentes cada músculo arder e a linfa a evaporar-se de ti para fora e infiltrar-se nestes muros que te rodeiam e respiram contigo... Mas continuas a acreditar que no momento em que abrires aquela porta e vires o céu azul do outro lado e o mar lá ao fundo vais actuar tal qual Fénix, e renascer, deixar para trás estas paredes de granito negro, ser finalmente o sujeito bom e colorido que guardas com tanta força lá no fundo...<br /><br />As paredes gritam-te a cada passo todos os teus ontens, todas as vezes que tentaste chegar a essa porta sem nunca a abrir, e o quanto isso te tornou na desilusão que te foste até ontem.<br /><br />Hoje Ipirangas-te João, hoje abres essa porta pesada de marfim negro... semicerras os olhos devido à diferença da luminosidade entre essa fortaleza gigante que criaste à tua volta e o mundo lá fora... Hoje finalmente dás um passo lá fora, e mesmo de olhos fechados sentes a chuva limpar-te cada cicatriz... Sentes o visco retrair-se, e ouves as ondas lá ao fundo...<br /><br />Jurmala... e o mar calmo e infinito à tua frente, reunindo o pouco ar que os teus pulmões ainda aguentam mergulhas na imensidão pacífica destas águas transparentes. Batizas-te a ti próprio no mais divino dos actos que tu como teu próprio Deus te permites. E hoje finalmente a Fénix não te foge... e hoje finalmente acredito no teu potencial...<br /><br />É por isso velho João, que depois de me sentir renascido não te posso sentir mais em mim... Deixo essa tua velha carcaça construída na depressão e no cinzento para trás, caída na areia molhada, entregue aos elementos que tanto evitámos. Mato cada porção de pena própria que ainda te restava, e tomo rédeas da minha própria vida. Faço de conta que nunca nada se passou antes.<br /><br />Sou finalmente ser humano. Sou-me novo. Sou-me eu e assumo a minha capacidade de errar como algo de bom, assumo também a capacidade de errarem comigo como um compromisso necessário... E perdoa-me porque sei que toda esta escuridão foi apenas a tua maneira de nos protegeres, agradeço-te até por teres construído este lugar dentro de nós que apesar de opressivo pelo menos nos era familiar, onde pelo menos sabíamos com que contar... Mas chega de ti e do teu mundo.<br /><br />Se amanhã a queda for tão grande como todas foram até agora, talvez volte a ti, mas por ora, não te sinto mais em mim João. Tentarei com toda a sinceridade matar cada pedaço de ti que ainda me reste pondo assim um fim piedoso à nossa existência conjunta.<br /><br />Até nunca velho eu... pelo menos assim o espero..."<br /><br /><br /><br />A 27 de Maio de 2011 escrevo:<br /><br />"<br />Caro João:<br /><br />Dia 1<br />Esbracejo mais uma vez até sentir o pé na areia. O naufrágio deu-se por vontade alheia. A embarcação era frágil e já antes de embarcar sabia que a probabilidade de atracar são e salvo era mínima. <br />As ondas batem-me nas costas e embora tenha pé o cenário à minha frente é desolador.<br />Dei novamente à torre negra. <br />Olho para o meu corpo e lá a suspeita que o ardor criava confirma-se, a ferida no peito não cicratizou ainda, nu olho em volta para ver o que a pode parar, e tremo entre o medo e a mágoa de ver os restos da minha pele antiga ainda no sítio onde os tinha deixado. A velha carcaça de pedra terá de me abrigar novamente, para me poupar a dissabores maiores. Custa a entrar... o sal seco na pele incomoda imenso, e a rigidez dos anos abandonada ao rigor das estações dói faz-me sentir algo incómodo dentro dela.<br />O céu azul pôs-se cinzento em instantes, e a chuva lava-me o sal do cabelo e da cara. Gosto de chuva nestas situações, disfarça outros líquidos que me escorrem cara abaixo. Mas nesta situação é escusado. A ilha não tem vivalma só a porra da torre. E a outra tripulante salvou-se a tempo com o único colete salva vidas que existia.<br />Preciso de comer. Mas a ideia de voltar a entrar na torre deixa-me horrorizado. Ainda assim preciso urgentemente de me abrigar, não vá acordar pior. <br />Aproximo-me e a porta range ainda antes de lhe tocar.<br />Ao entrar sinto o calor e o cheiro a mofo que emana de dentro, dou dois passos e o ar está pesa<br /><br />Dia 2.<br />Desmaiaste ontem, foi da forma que não te custou a adormeceres. Ainda chove lá fora João, é melhor não saíres. O musgo vermelho na parede há-de servir para te matar a fome hoje. E a tua cela, a tal dos 20 metros de altura continua tal como a deixaste, mas estranhamente mais convidativa. <br /><br />Dia 5<br />O tempo lá fora melhora, mas lembra-te dos perigos que te espreitam João. O musgo parece crescer a um ritmo considerável de noite para noite, já não te lembravas que o sangue com que escreves nesta parede o alimentava tanto. <br /><br />Dia 6<br />A carcaça parece assentar que nem uma luva agora. A ferida parece estar a cicratizar, mas pelo sim pelo não mantém-te cá dentro João. E pára de escrever isto... Não adianta, ninguém vai querer lê-lo.<br /><br />(...)<br /><br />Dia 23<br />Conseguiste João. Estou de novo preso em ti. De novo pequeno junto a estes muros gigantes, de novo assustado, magoado, paranóico. De novo entendo que não está na tua génese seres marinheiro, e que devias aprender a não confiar em quem te convida para barcos de fundo furado. Foste estúpido, agora tens o que mereceste. <br />Convence-te que tens é de te ser a ti, sozinho.<br /> <br />É a tua sina João..."<br /><br />A ouvir na altura:<br />"Eriatrarka" - Mars Volta<br />http://www.youtube.com/watch?v=V4fhUAMnF7c<br /><br /><br />A ouvir agora:<br />"I knew it was over" - Cat's Eyes<br />http://www.youtube.com/watch?v=vExWDct-hOcjaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-52664336610473348212010-11-05T20:15:00.000+00:002010-11-05T20:16:18.465+00:00Neo-hippie on a train...A train station, equal to all train stations, and there he was.<br />It wasn't that late, 19 p.m. but he was rather sleepy, the day had been quite full, and work had been quite hard.<br />He got into one of those weird yellow and red trains, and it was kind of full. Found a place to sit, and scanned his bag for the computer. <br />Found his headphones and pressed play on Joni Mitchell's Blue. A smile ripped his right cheek, a neo-hippie in formal wearing, wasn't that something?<br />She was standing two meters away from him, got late to the train, and in a matter of two or three minutes there was no space left to sit. She turned her head and their eyes linked in a green brown explosion that lasted for a few seconds, embarrassed she looked away, but he was already jinxed. Her brown red hair was amazing, and the hair in front of her forehead warmed his whole day. <br />"Do you want do you want do you want to dance with me baby<br />Do you want to take a chance on maybe finding some sweet romance with me baby, well come on" Mitchell sang in his ears.<br />And he just felt like getting up and sharing that song with her, but the formal side of him got the better of that impulse. Nevertheless he kept searching her with his eyes, but someone was now standing in the middle of their eye line.<br />The trains started moving, and it was already dark on the outside of the window, so apart for some street lamps there was not much that he could see… But, wait, reflected in the window he could see the inside of the train, and, he could catch a better view of her angular nose between her hair, completely hooked he couldn't stop searching for the rest of her face. She got a small notebook from her purse and inclined her head to read it, and he could suddenly see her small red lips, and her round chin. He never wished he could draw as much as in this moment, it wasn't like he was searching for romance or anything, but her really wanted to capture her beauty right here. <br />And surprisingly he wasn't over thinking, there were no ifs and buts in his mind, his imagination wasn't shooting out, the was only her brown eyes, her cute face, and that hand holding her cheeks making her look like a child. She looked in the direction of the mirror, once, right into his eyes again, but, without noticing him because of the reflection, ten or fifteen seconds later she did it again, as if she was really searching for that explosion again. <br />And it hitter him, he was finally living the moment, he was NOW, HERE, not tomorrow somewhere else, not yesterday in a similar situation with a different outcome, he was now, and that relieved him. Even after getting a job, getting his degree, getting his "priorities in check", he could still be just what was around him, not flying imagination not daydreaming, just accepting his life as part of the world, and that made him feel so pure, so happy.<br />He could finally be, and he just wanted to whisper that into her hear, "You made me realize I can live NOW". <br />That full almost red brown hair, those brown eyes, as deep as they come, that big light brown coat on top of her slim blue jeans… As cute as they come, as epiphanic as dreams.<br />"They won't give peace a chance, that was just a dream some of us had" Joni said…<br />"Stop complaining! Peace is here, peace is this realization Mitchell, trust me."<br />And there it was, the neo-hippie in him was back. In spite of the job, of the education, of the money problems and the grey… <br /><br />Peace is a moment like that. Whatever they say, that is peace… <br />Peace is full hair, and deep eyes, thin calm voice, and hold back smiles, peace is Goldie Hawn when she was young…<br />Peace is an explosion, how ironic is that?jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-47064762971754964642010-11-02T20:35:00.001+00:002010-11-02T20:37:21.600+00:00J's birthdayAnd tradition's are to be kept, so J. there you go:<br /><br /><br /><br />"It's her. I'm sure it's her" he thought<br />And the uncertainty he should feel was destroyed by his wish. <br />No stone resisted, and the soil of his insecurity was salted so it could never grow again.<br />While he walked up the hill in direction to the old fortress the fog was getting more and more dense, wetting his clothes and his hair, and waking him up a lot more than the litter of black coffee he had drunk 15 minutes earlier. But as soon as he reached the old walls he noticed that the fog wasn't as strong as he thought, since he could get a clear glimpse of the city in front of him. <br />5 a.m. and no sound besides the river to accompany him. He loved this silence, and he would love to share it with her. Suddenly he turned to the side and imagined her brown long beautiful hair, her adriatic blue eyes, her paper thin delicate lips, and that adorable pointing nose he loved so much. He imagined her, elbows on the small wall, shivering with the cold, just begging for an hug. He decided to give it to her, and, pointing down to the bridge 20 meter away from them he started:<br />"See this bridge? There used to be, way before this one existed, this other bridge "the boats bridge" they called it. It had a lot of boats, anchored in the river, with wood panels connecting them, and people used them to cross from this side of the river to Porto." <br />"Really?" She would say, semi-interested, semi-happy that the uncomfortable silence had come to an end.<br />"Yes, then when Napoleon troops invaded Portugal for the second time, and came to Porto, all people run through and eventually the bridge broke down. After that they build the Wellington bridge, which was a suspended bridge, and its pillars are still there, can you see them?" <br />"Not well, but what about this fortress? Why didn't people refuged here?"<br />"It didn't exist yet, it was built after that, actually there is a funny story about this fortress, remember how I told you Porto people are called "tripeiros"? "The animal guts"?<br />"Yes, that is kind of hard to forget, people must really not like you at all." she laughed, and her smile opened most of her face in the most amazing and beautiful non spoken invitation he had ever received to laugh with someone.<br />"No, no, it's exactly the opposite" he said between laughs " Actually it's a really big compliment."<br />"Really?"<br />"Yes, in the 18th century, after the Napoleonic invasions, and Brazil's independence, we had a civil war, between D. Pedro, king of Portugal and first emperor of Brazil, and his brother D. Miguel, who was married to D. Pedro's daughter"<br />"To his own nephew?"<br />"Yes… old royalty…you know, anyways, during the civil war, D. Pedro's troops arrived from Brasil after its independence and arrived in Porto, D. Miguel's troops sieged them in this fortress and hoped they would die from hunger. And Porto people who were loyal to Pedro would give the meat they had to the troops, and yet the remains. every night they would fill a boat that would cross from there to that point right below us, see? then they would climb this hill and give the food to the people in the fortress and run away. back."<br />"And so they would give the meat to the soldiers and only have the guts?" <br />"Yeap, pretty much" <br />"And you still eat those "trips tripes tripas" whatever they are, today?"<br />"Yeap, a blessing in disguise actually" he would laugh. And she would make a nausea face just for the hell of it giving it up for the same breath-taking smile she had done a few moments earlier.<br />He started going down the hill, turned around to the bridge and walked over, with the dream fading away, but feeling warm from its energy. A yellow subway passed and he remembered Vienna and the U6 and the times he saw that city waking up while he was already or still in the street. 3 or 4 people inside, the city was opening its eyes. The Sun rose up behind him and the sun rays lightened up everything in his sight, the riverside, the Port wine cellars, the gardens to the Cristal Palace, Arrábidas Bridge, the river, and the ocean. And right now, there was no one else he would like to share this with besides her. <br />The city opened another eye, and saw him there, standing on that 200 year old bridge alone, with a smile on his face, his hair wet, and those dreamy eyes. It yawned making a few seagulls fly over his head, shook its head making the raindrops fall from the buildings into the streets, and whispered to his ear:<br />"Another wishing-full heart right?"<br />"How do you know?"<br />"You are part of me boy, I just know."<br />He smiled proud for the compliment, Porto smiled proud of his son and said really quietly as if not to wake up anyone else:<br />"It's her, For sure, it's her"<br />"What if she doesn't feel that?"<br />"Bring her here, after she understands you here, she'll feel that…"<br />Then from the top of the old Sé's bells it just yelled:<br />"Wake up people. Time to wake up"<br />And to him again:<br />"Come on, move along now, she'll come… don't worry.She'll come, and I'll fall in love as much you did."<br /><br />Walking in direction to S. Bento's train station, the trains brought the first people, that he could see coming out of the building, far far away. <br />A bus, two taxis stopped in the traffic light…<br />5 minutes later he was just part of the crowd. But now he knew she would come.<br /><br /><br /><br />This is why you have to come down here J. An whole city is waiting for you :pjaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-14983351799849307632010-07-17T03:13:00.002+01:002010-07-17T03:28:32.963+01:00CeltaDISCLAIMER: isto não é nem poesia nem prosa, nem letra e é tudo isso ao mesmo tempo enfim...<br /><br />Ah e é para ler ao som de: http://www.youtube.com/watch#!v=DMC9r3aDpBI&feature=related<br /><br /><br />Bucólicas brisas na minha cara celta, o mar à frente as costas verdes, <br />Galiza na certa, e eu, recentemente sem passado não sei da minha herança<br />sou galego ou lusitano, português? quem me afiança, a genética, a parecença<br />a poética, a cadência, a língua, a cabeça, a minha crença já se foi, com<br />o meu orgulho desfeito, e com despeito admito, que agora entendo o que <br />convosco não partilho e faz muito mais sentido saber-me mais portuense<br />que português, mais nortenho que vocês, mais atlântico que europeu, nunca<br />lusitano eu, que até simpatizo com Viriato, antes galego, céltico, de espada<br />em punho e de facto, a revolta, a vontade, a anti-autoridade, o ódio ao <br />centralismo, a antipatia por quem não trabalha e é rico, de repente faz <br />sentido, tudo faz sentido, até os meus olhos claros, e o gaélico me ter soado<br />tão belo na Irlanda, as gaitas de foles ouvidas nos lados de Miranda, a <br />vontade de me perder na Coruña e no Porto, o desprezo pelo poder e por <br />quem se rende ao conforto, abandonando a ideologia, eu quero autonomia, <br />quero independência e por isso me Ipirango todos os dias, usando mais B's <br />em vez de V's dobrando os l' em lh's e sonhando mais vês? Sorrio bem mais<br />Porque sou bem mais, vitais as raízes os países a que me acostumais <br />não são nações apenas fronteiras, e eu cá traço as minhas, as tradições e <br />as manhas são divinas e a civilização que é? se não a expansão de cada <br />um e a reunião do que todos são em comum? E que tenho de comum com Lisboa?<br />A língua? também com o Norte, a história? só metade o resto só o tenho <br />com o Norte. Convençam-se não é ódio mas pertenço mais ao que a Galiza <br />foi do que àquilo que Portugal é. Celta...jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-32057830141693117282010-06-05T14:48:00.001+01:002010-06-05T14:48:46.511+01:00Como me poderei eu esquecer de memórias que não tive?<br />E contudo esqueço-as.<br /><br />De mudanças que me prometi,<br />E que não vieram.<br />Ah preguiça; sempre tu..<br /><br />ponteiros no relógio,<br />letras no calendário,<br />folhas nas árvores,<br />números em velas.<br /><br />E a barba ficou-me maior, <br />o cabelo mais curto,<br />o discurso sarcástico,<br />o sorriso moveu-se centímetro <br />a <br />centímetro <br />para o canto da boca. <br />(até aí o desprezo ao centralismo)<br /><br /><br />Encontrou-me e disse: "Mudaste, estás diferente!"<br />"Não mudei, esqueci-me"<br />"De quê?" <br />"De ser também os outros."<br />"Fechaste-te? Os teus olhos parecem-me mais duros."<br />"Não, de todo, abri-me" <br />"A quê?"<br />"Às ideias, à terra,<br />ao que ficará cá depois de mim,<br />depois de ti, quando todos se esquecerem de nós"<br /><br />Os antigos deixaram castelos,<br />Igrejas, túmulos, muralhas.<br />Nós deixamos o quê? Betão?<br />Por 50 anos? 100? 200?<br /><br />Estamos condenados a ser <br />mero passo no livro do tempo<br />E<br />fé<br />me<br />ros.<br />Deuses maiores dos nossos mundos<br />apenas tão eternos quanto nósjaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-66304535656048690572010-05-02T19:00:00.001+01:002010-05-02T19:02:14.371+01:00Do alto do monte do largo da Igreja da MalpartidaNão foram quiçá os acordes pirosó-alegres do Metheny?
<br />Ou os desafinanços crassos dos fadistas do La Feria?
<br />Ou as noites mal dormidas de ontem, e anteontem?
<br />E d'antes e d'hoje.
<br />
<br />E Dantes é hoje comédia?
<br />Não divina, mundana,
<br />Na boca de quem de Infernos fala
<br />Sem despeito algum em criá-los.
<br />
<br />E minha geração reclama,
<br />Ao café curto,
<br />Ao copo de fino
<br />Ao recibo que de esperança só tem a cor.
<br />
<br />E minha geração não reclama
<br />Ao Estado
<br />Á comunicação social
<br />Ás ruas.
<br />
<br />Muito menos aos que nos puseram aqui,
<br />e,
<br />nos culpam de cá estarmos.
<br />
<br />VOCÊS,
<br />VOCÊS MATARAM O 25 do 4
<br />VOCÊS MATARAM O 1 do 5
<br />VOCÊS MATARAM A PRIMAVERA DO 74
<br />VOCÊS MATARAM O VERÃO DO 75.
<br />
<br />Agora acusam-nos
<br />da violência
<br />da falta de pensamento crítico
<br />da falta de classe
<br />do não sermos politicamente correctos
<br />do não sermos socialmente maduros
<br />de sermos ignorantes...
<br />
<br />E para mim o correcto não é o politicamente
<br />A cultura, a classe, a maturidade
<br />Está em ser-me e em deixar ser,
<br />E em viver verdade...
<br />
<br />E na verdade...
<br />QUERO QUE VOCÊS SE FODAM
<br />Mais os críticos e os lambe-botas
<br />E os nacionalistas e os instalados
<br />E os subsidiários e os políticos
<br />E os moralistas e os colunistas
<br />E os escritores (aqueles mesmo de cordel e de pseudices que são quase quase quase quase todos)
<br />E a comandita da Capital
<br />E os ladrões do capital
<br />E os banqueiros e os gestores das públicas
<br />E mais os Mellos e os Champalimauds
<br />E mais os Soares e os Coelhos
<br />E os que dizem que o Saramago é que é ché ché
<br />E que o Jardim diz as verdades
<br />E que o Sócrates é líder
<br />E que o Marcelo sabe.
<br />E as caras da Caras
<br />E as sombras por trás das caras
<br />E as maçonarias e as secretas (a podridão do organismo social)
<br />E as finanças e os défices (os botoxes do mesmo)
<br />E os que não sabem fazer um filme sem mostrar mamas
<br />E os que não sabem fazer um filme fora dum computador
<br />E os que não sabem escrever sem um monitor
<br />E os que não gostam de palavrões mas gostam de dizer "V O C Ê"...
<br />
<br />Sigam-nos alegremente ribanceira abaixo...
<br />Não nos fazem cá falta nenhuma.
<br />
<br />Eu cá virei já as costas há muito
<br />Sou nortenho, europeu e só depois, bastante depois português
<br />Não porque não ame a minha pátria
<br />Mas porque sempre que ouço falar em Portugal, me lembro de vocês...
<br />
<br />E para mim, Lisboa não é capital.
<br />Pobre e bela Lisboa, melhor sorte merecia
<br />Lisboa é Lisboa apesar da Capital
<br />E do Capital...
<br />
<br />E da corja...
<br />
<br />Cambada de Dantas.jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-33767219630143932982010-04-25T18:22:00.000+00:002010-04-25T18:24:03.388+00:00Entre o neo-tradicionalismo e a ignorância<div>Facto: Meu pai tem umas cabras na antiga casa do meu avô, cabras estas que estão lá para comer as silvas e a relva.</div><div><br /></div><div>Facto: Passamos por lá de semana a semana e damos-lhe umas cascas e algum pãozito duro que nos sobra por casa.</div><div><br /></div><div>Facto: Há cerca de 3 semanas matámos uma, congelámo-la e temos feito chanfana.</div><div><br /></div><div>Facto: Sempre que conto isto a alguma das meninas do "temos de manter as tradições vivas" olham sempre para mim com aquele ar de quem me acha o fulano mais horrível do mundo e dizem-me "A sério? Que horror"</div><div><br /></div><div>Facto: Os homens a quem contei semelhante ainda não regiram assim.</div><div><br /></div><div>Conclusão: As meninas em questão não passam dumas burguesinhas da cidade que acham muito simpática a tradição, mas que continuam a achar que o pessoal que vive da terra não passa duma cambada de saloios.</div><div><br /></div><div>Provocação: Eu ao menos sei que cabra como, sei que lhe fiz festinhas no focinho e que lhe dei de comer, e que lhe pus palha na cama etc.. etc.. Da próxima vez que comerem um bifinho tenro pensem na vida do animal que estão a comer, criada numa "fábrica" de carne, sem comer nada que não ração, sem se poder mexer, e que foi criada apenas para morrer... </div><div><br /></div><div>Cada um de si sabe minhas gentes, mas acho-vos a vocês que olham para mim como se fosse desumano uma cambada de ignorantes...</div>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-6359186637101884522009-11-05T01:55:00.001+00:002009-11-05T01:57:57.135+00:00revenge<p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">A noite surpreendera-me, o vento frio também... A minha pele enrigecia-se e a t-shirt que trazia vestida pouco fazia para me aquecer, mas não queria ir para casa. Não... A tua imagem não me saía da cabeça, os teus olhos azuis, as tuas repas castanhas claras, o teu sorriso, invadiam-me e faziam-me sentir zangado com o mundo. Metade das músicas que tinha no mp3 lembravam-me de nós, a outra metade lembrava-me o quanto me esforçava para te esquecer... Odeio-te por razão nenhuma. Odeio-te por vingança, pelo indiferente que me sinto na tua vida, por saber que enquanto perco tempo a pensar em ti, sou provavelmente o último pensamento que te passa pela cabeça. Levanto a mão direita para proteger a chama do isqueiro, e rio-me da ironia... Logo tu que não gostavas nada que eu fumasse, logo tu que te ipirangaste à minha frente de cigarro nos dedos e sorriso sarcástico como se o que nós fôramos fosse mesmo nada.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Lá longe no outro extremo da Europa, fosse esse extremo Istanbul ou Viena, tu continuas a tua vida, e, eu nada sei de ti... Não que sinta necessidade de saber, não que sequer sinta curiosidade, mas irrita-me saber que te foi tão fácil descartar-me.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Caralho pó Johny Hartman, e para o Chet Baker, e para todos os outros que me cantaram histórias de amores perdidos ou impossíveis. E como tu gostavas de os ouvir... Estragaste-me o slow jazz, estragaste-me as nonas e as sétimas, e eu que evito cantar por saber que tu gostavas de me ouvir. </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">A chuva rebentara já há uns minutos, forte, intensa, como tu cá dentro, destapando o meu ouvido esquerdo. Uma pinga caiu-me mesmo em cheio no cigarro... raios... era o último. </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Não havia vivalma nas ruas, quem raios seria suficientemente louco para caminhar por elas debaixo desta intempérie sem algo para esquecer?</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Soil and Pimp e Mo' Better Blues, e as saudades de pertencer a algo. É disso que sinto falta, não de ti, não da tua cabeça dura e das nossas milhentas discussões àcerca de absolutamente nada. Sinto falta de ser capaz de sonhar, de ter objectivos (que na altura eram nossos, mas que neste momento podiam pelo menos ser só meus...). Sinto falta de recusar os seus sorrisos vampirescos de quem me quer só pela impossibilidade de me ter. Sinto falta de lutar por algo.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">E odeio-te por me teres roubado isso.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">E odeio-te por teres tornado todas as histórias depois de ti, não mais que menosprezíveis ao lado da tua.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">E odeio-me por tanto tempo depois (anos até) ainda sequer me lembrar como é que se escreve o teu nome, canim. Canim o caraças... como diria o Stray isto destruiu-me a vida... mas até lhe achei piada...</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Vá-se o amor, fique a ironia... Hein Di?</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-24017636104644188382009-10-29T00:56:00.002+00:002009-10-29T01:01:59.426+00:00Jelena<p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Dedicated to Jelena (it's your birthday gift girl... hope you like it...)</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">She walked in at the first chords... </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">My eyes just went bezerk looking for her, and so were all the eyes of all the guys on this bloody room. I couldn't care less. I knew I had the skills, I knew I was different, I knew I had something else, or I thought I had something else... damn... </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Just by watching her black long hair falling through her white back, distinguishing her from the blonde status quo of this Vienese club, I was feeling myself falling. </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">She smiled in my direction, her blue eyes fixed my green ones and that was it... Her enchantment was already working, as if she was this gipsy trained in the black arts of sexual attraction. "Damn jagga, damn man... you're lost" I knew I was hers for her to rip me appart at her will.</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">The guitar echoed in my mind like a strange distant dream. Reverb and overdrive, overdrive and reverb, I couldn't even think clearly, like if I had too many grass flowing on my mind (it wasn't the case).</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">She hadn't even said a word, and already I knew my world would never be the same after this night... "How? I thought, how the hell did she weakened you this easily? It's not like she even tried to...Damn man, you gotta put it together, come on, act normal, act normal, ACT NORMAL fuck fuck fuck fuck...".</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Hi jagga." she whispered in my ear teasing me.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Hey J. wassup with ya?"</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"You... I guess..." and took like two seconds to restart as if testing my reaction "You are happening now."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">" You know I ain't up for your normal games."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"I know, I know, that's what makes you so playfull, I've to invent new games just for you."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"No, you misunderstood, I ain't up for games, no games, any."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Oh.... We want to keep it simple do we?" She mocked me</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"I'm tired of y'all... you complicate too much"</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"And still you came tonight, knowing I'd make a toy out of you"</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Maybe I was just expecting you to be different from that."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"L-O-L... Come on jagga, who do you think you're convincing? We are both too adult to be joking around this... You're a smart guy, you know me, or if you don't know me at least you know my type, you couldn't be expecting me to be that different"</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Well... point taken...Still I'm not up for games... You're as excited about this as me, and if you think I'm just gonna behave like a dog without owner, you're kind of mistaken..."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"You men... Always thinking you are different, and yet, you always surprise us on how equal you are...Male conscience is really unique... unique and shared by all the million males on the Earth, taking you out of your comfort zone is like cutting your balls."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Damn I told you I wasn't into this J.... I'm leaving."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"You'll come back... I know it" she laughed...</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Two hours later, I'm still looking at my cell phone hoping she'd at least text me to meet her or something... </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Damn she really got you..." I laugh, and walk home, still hoping she'd call.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Truth is, in two days I'll get tired of waiting and I'll break the silence... she put me out of my comfort zone indeed... </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Damn her gipsy spell... damn her blue eyes and straight long hair, and damn her petite perfect body which I just wanted to hugh as tight as possible altough she's "too cool" to let me do it just like that. Damn those beautifull narrow lips begging for mine. Damn the weakness she was devoting me to. Damn her games which I didn't want to, but had to play. Damn the curiosity. Damn her punkness which was driving me mad... Damn her, and damn me for knewing I was about to break...</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">She'd me figured out, and that added to the challenge. I just couldn't back out now. </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"I'll get you J. I will, you just wait and watch..."</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">_______________</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 150px; height: 160px;" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/6/65/SteppenwolfAlbum.jpg" border="0" alt="" /><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">A ouvir:</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Steppenwolf</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Pusher"</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">álbum: Steppenwolf</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=rpoEmlxUPeQ">link</a></p>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-72959358883278687302009-10-28T00:34:00.002+00:002009-10-28T00:38:56.901+00:00pós beatnickSó mais um golo<div>só mais um, </div><div>só mais um para que finalmente </div><div>o fundo da garrafa me bata nos olhos.</div><div><br /></div><div>Entre o ébrio e o divino</div><div>Ou ébrio e divino ao mesmo tempo.</div><div><br /></div><div>Cada garrafa aberta </div><div>é só mais um passo </div><div>em direcção ao eu sozinho</div><div>que sou.</div><div><br /></div><div>Divino sem dúvida</div><div>Divino e sem necessitar de mais nada.</div><div><br /></div><div>If I feel good it makes it right Skin...</div><div>Enganaste-te nisso também...</div><div><br /></div><div><br /></div>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-67608136868332915992009-10-11T15:46:00.003+00:002009-10-11T15:51:29.234+00:00rejeição<p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Outra vez com essa cara moço?" perguntou...</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Parece que não me conheces outra, né?" </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Então que é que se passou desta vez?" </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Lembras-te da miúda dos caracóis?"</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">E exorcizou-a em palavras, como se o facto de a descrever o obrigasse a admitir o absurdo que era pensar em alguém de forma tão grande, tão pura, tão amável...</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">E contou tudo, desde o sorriso que ela lhe dera, como o sorriso que ele não lhe conseguira dar, o caminho do nervoso miudinho à paixoneta ao incómodo e ao inevitável nada. Mais uma que se interessara fazendo-o imaginar que as coisas poderiam melhorar e ficar boas, mais uma que perdera o interesse e se afastara mesmo que ele não a quisesse prender, ampla história da sua vida. Ampla história da vida de todos os que estão pré-destinados a nunca serem mais do que tentativa. </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"E o mais surpreendente é que eu nem a queria assim tanto" acabou por confessar "mas a ideia de voltar a ter alguém sorriu-me tanto..."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Deixa... outras aparecerão rapaz...aparecem sempre..."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Pois, mas era mesmo dela que eu gostava... a rejeição tem sempre este efeito, amplifica sempre o nada que sentíamos ao ponto de parecer alguma coisa..."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"True son, so true..."</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">E a Lua de amarela passara a branca lá em cima e o mar acalmara o suficiente para um mergulho às 3 da manhã...</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">_______________________</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">A ouvir:</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">João Gilberto</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Insensatez"</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=Vvd67qCxUN4">link</a></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-70764326380531800982009-10-05T22:14:00.002+00:002009-10-05T22:16:37.390+00:00Condição<div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial, serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Condição</span></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">hipoteco-me nas palavras que não dizes,</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">génios perdidos com desejos meus, </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Noutros, a outros,</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Sorte a deles, nunca minha.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Caminho sobre passeios imaginários,</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Molha-me a chuva da certeza,</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">nada, mesmo nada</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">disto é, nem foi, ou será.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">É a vida quem arrasta a tristeza,</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">não eu...</p></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial, serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small; "><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">_____________</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A ouvir: </span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Carlos Paredes</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">"Verdes Anos"</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=IbOvre8fXks"><span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">link</span></span></a>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-88156150928836111662009-09-26T13:19:00.002+00:002009-09-26T13:21:34.723+00:00Dia 2Menos violento hoje... mais psicadélico hoje... temporalmente entre o beatnick e o punk, comportativamente (se é que tal coisa existe) aussi... <div>Continua a apetecer-me dar uma carga de porrada ao mundo e não tenho bem noção do porquê...</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10px; white-space: pre; "><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/xnzvh-Tkjc8&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/xnzvh-Tkjc8&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object></span></div>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-47327414253333079432009-09-25T20:44:00.001+00:002009-09-25T20:46:41.507+00:00Mood updateNão escrevi nada para aqui esta semana, deixei zakopane no prego e estou sem paciência... SEM PACIÊNCIA... ZERO NICLES NAAAAAAAAAAAADA...<div><br /></div><div>Para entenderem mais ou menos em que estado de espírito estou:</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:Arial, sans-serif;font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" white-space: pre;font-size:10px;"><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/49iqP8L-pVI&hl=pt-br&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/49iqP8L-pVI&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:Arial, sans-serif;font-size:85%;"><span class="Apple-style-span" style=" white-space: pre;font-size:10px;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="white-space: pre; "><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">É mais ou menos isto...</span></span></span></div>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-6367588493117118602009-09-17T00:16:00.004+00:002009-09-17T00:36:26.061+00:00Viena, Janeiro próximo (?)<div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">O convite ainda que pouco perceptível foi feito, digo eu... escrevo eu... enfim... mais uma interrupção para reescrever a saga de Zakopane (algumas incoerências no texto, fruto de bebida excessiva aliada à escrita, ando a reaproveitar ideias, depois largo-as por cá). No entretanto deixo-vos com este pedacito de um texto meu que mistura o meu passado com o meu sonho futuro... Espero que gostem ;)</span></div><div><br /></div><div><br /></div><br /><span class="Apple-style-span" style=" color: rgb(68, 68, 68); font-family:Tahoma, Verdana, Arial, sans-serif;font-size:13px;"><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Acordei com o chão do quarto repleto de cervejas, e senti-me encharcado, olhei para a janela aberta e sorri à neve que cobria os telhados e terraços do quarteirão inteiro, fechei-a e fui tomar banho.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Enquanto a água do chuveiro me caía em cima e aquecia tentava recuperar da ressaca horrível que ia sentindo, lembrei-me que tinha combinado contigo, abri a cortina e olhei para o telemóvel, estava já em cima da hora, escrevi à pressa uma mensagem a dizer-te que ia chegar atrasado e tratei de me despachar. </p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">De volta ao quarto saquei da minha t-shirt castanha, e cheirei-a para ver se estava suficientemente limpa para a vestir, o teu perfume circulava nas suas fibras e nem pensei duas vezes. Vesti as calças enormes que já mal me serviam dada a quantidade de peso que perdia dia após dia (efeito da muita bebida e pouca comida certamente, mas para quê preocupar-me com isso?) e o casaco "contestatário" castanho escuro. </p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Saí do apartamento, chave no bolso direito, móvel no bolso esquerdo, leitor de mp3 ligado para uma qualquer música preenchida de bombos de bateria e de uma voz gigante.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Desci as escadas à pressa, algures entre dois andares um rosto amigo sorriu-me, disse "Olá, talk to ya later bro." e continuei a correr, abri a porta escorreguei pela neve fora até ao <i style="font-style: italic; ">tram </i>e senti as primeiras gotas a cair, subi as escadas e sentei-me e estranhamente estava já encharcado outra vez, sentia a água a escorrer-me pelo pescoço até às costas e olhei em redor. Uma multidão de rostos encharcados seguiam a sua viagem, sem sorrisos, sem palavras, perdidos nos seus próprios mundos interiores, tal e qual como eu, Wahringer Strasse nunca me parecera tão longa, pensei se me compensava apanhar o metro e decidi sair em Alserstrasse correndo até Floriangasse, tinha de passar pelo Tunnel ainda, para pedir à Juliane que entregasse o trompete ao Henri. </p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Subi os degraus e sacudi o cabelo, e entrei. O cheirinho a café quente e as cores quentes cumprimentaram-me com um sabor a casa.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Grussgot Juliane!"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Grussgot"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Wie gehts?" tentei</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Gut gut, Are you ok? You're all wet... Is it rainning that much?" e eis o recurso ao inglês fazendo-me desistir de me armar em entendido desse alemão tão particular que é o vienense...</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Guess so, anyways, Henri is coming today at midday his trumpet is in the instrument room downstairs, can you give him my key so he can open it?"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Sure jagga, don't worry... by the way how was the jam yesterday?"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Good, quite good I'd say, heard anything about it?"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Nope, well Mathias liked it, but you know him, he always likes your shows."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Yeah, he's got quite a biased opinion" ri-me</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Yep, that's true, well gotta serve the costumers, Are you going anywhere now? Do you want to eat something? Looks like you could use a breakfast."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"I'll come later, don't worry, I'm going to meet a friend now"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Ok, see ya then!"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"See you dear."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Voltei ao frio da rua e decidi fazer o resto do caminho a pé, estava atrasado e estava, e o desvio para o tram ainda era longo pelo que me podia fazer ganhar tempo, como poderia fazer perder tempo, o risco não me parecia compensar. À medida que me deslocava para o Ring a sensação de molha voltava, olhei para cima e vi-a:</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Surpreendentemente baixa, talvez a uns 5 palmos da minha cabeça, uma nuvem minúscula e negra descarregava água em mim com toda a fúria possível. Olhei em volta para os edifícios que me rodeavam, pensei nas memórias todas que me traziam, ela e os seus olhos azuis que ainda impregnavam esta cidade tantos anos depois... O seu sorriso lindo, aberto, o seu cabelo pintado, aquele nariz empinado, o facto de que ela vivera aqui durante tanto tempo, e aos anos que já nem ouvia falar dela. Senti-me como me tinha sentido naquele mês de Setembro, sozinho, escuro, triste. Pensei no que poderíamos ter sido, e em má hora o fiz... Comecei a pensar no que poderia ter sido com tantas outras, e no que nunca tinha conseguido ser, e no quão inseguro era hoje por isso, perdido na Viena cinzenta que só faz sentido para quem já lá foi triste. </p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Pensei no quão inconcebível seria para ti provavelmente, tudo isto, no fundo, nunca viras Viena senão com um sorriso, e gostava de ti por isso, pelas memórias que não partilhavas comigo, pelo facto de sabendo tanto de mim não fugires. Está certo que não corrias para mim, era mais que notório, mas no entanto não me afastavas, mesmo sem nunca me teres prometido nada... E lembrei-me da Elis Regina e de Ossanha traidor e sorri à ironia com jeitinho malicioso.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">A chuva continuava, e eu continuava circulando de pensamento em pensamento, sempre pensara que a única forma de escrever algo de jeito seria numa cidade assim, opressiva na sua imponência, desafiante na sua beleza, cinzenta e escura na sua alegria até. Desviei ao Miles Smiles onde cumprimentei o velhote de cabelo ondulado e grisalho.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Hey there kiddo.."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Good morning."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"What do you want today?"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"A beer, but just give me a can, I gotta run"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Crazy latino" gozou-me</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Cranky austrian" retorqui</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"True, true, always complaining me good ol' me, 'tough you are living the good life man" Num sotaque mais escocês que vienense, que sempre me fazia rir.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Really think so? Haven't been seeing it much that way..."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Girl problems?"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Bah, that comes with being a man, naaah... more like life problems... kinda feel lost..."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"You always will The meaning of life is for the Gods to know and for the humans to break their heads trying to figure it out. Well now, I just noticed your little companion." e apontou para cima da minha cabeça</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Yep... 's been following me since I left home, don't really know why..."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Feeling blue?"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Nah just feeling the blues... not happy blues, not sad blues, just the blues"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"There ain't no such thing as apathic blues kiddo."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Guess not... Anyways where's that freaking beer?"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Here you go, no runnin' man, no runnin' coz I'm a cranky old guy, man."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"So was Coltranne and he was only 37 * " </p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"You learn fast I see" sorriu</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Well euro and half right?"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"It's on the house, just get rid of that cloud man.See you later?"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Bah band practice, so probably around midnight."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Ok, bring the drummer, I like joking with the guy."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Yep, Simon's a good guy indeed. Auf Wiedersehen"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Adiós"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Adeus, not Adiós. portuguese not spanish."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Spanish, portuguese, what's the difference? All latinos, and all preferred by austrian girls..."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Who cares about austrian girls?" ri-me e saí enquanto as suas gargalhadas ecoavam porta fora.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Abri a lata enquanto andava, e despachei-me a bebê-la... dois goles, três goles, e quatro e cinco. Dois passos, virei-a sobre mim e bebi o resto dum trago, amassei a lata e atirei-a para o caixote à minha frente, saquei um cigarro do bolso e escondi-o dentro do casaco para não se encharcar, acendi-o e protegi-o debaixo da mão quase fechada... Enquanto passava pelas montras da Josefstadter observava a nuvem por cima de mim a ganhar força... Reparava também em como todos os que passavam por mim iam também eles encharcados. passei pela Rathaus e desci até ao Volksgarten, o jardim coberto de neve estava fantástico. Peguei no móvel e liguei-te disseste-me que estavas a chegar, olhei para a paragem de tram e vi-te lá ao longe, casaco de malha cinzento top amarelo, sorriso gigante, e uma alegria gigantesca emanava de ti. Acenei-te levantando uma cobra de água que correu do meu braço para o céu e caiu escassos centímetros no chão à minha frente marcando a neve. Fiquei parado à espera que te aproximasses e à medida que te aproximas reparo que a luz em ti é diferente, por alguma razão estás mais colorida que tudo o resto à tua volta, e então reparo que ao passares a neve derrete-se, as nuvens desaparecem, as pessoas começam a falar umas com as outras, sorriem, riem, as árvores reganham as folhas em questão de segundos. </p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Chegas-te a mim, dou-te um beijo demorado na cara, molhando-te, mas tu pareces não te importar minimamente... Agarras a minha mão direita, com a esquerda limpo a face das gotas que ainda escorrem, a minha nuvem passa diante dos meus olhos de cinzenta a branca, de branca a Sol, e o meu Sol junta-se ao teu num único gigante que começa a subir em direcção ao céu afastando neve, nuvens, humidade, frio, cinzento, tudo...</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Vamos ao MQ." dizes-me enquanto te encostas a mim para que eu te abrace com o meu braço direito.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">E o Verão imita-nos e abraça Viena a meio de Janeiro.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">___________________</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 150px; height: 150px;" src="http://lu4.org/wp-content/uploads/2009/08/florencelungs.jpg" border="0" alt="" />A ouvir:</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Florence and the Machine</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Howl"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">álbum: Lungs</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><a href="http://www.youtube.com/watch?v=JZweDwbJ_Ic">link</a></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">*Aos 37 John Coltranne publicou "A Love Supreme" uma das obras mais influentes do seu quarteto clássico, era a minha private joke com o dono do Miles, (do qual percebi agora, nunca soube o nome) costumava gozar e dizer que ele se tinha atrasado 10 anos em relação à pop, e ele dizia "nah... jazz just keeps you from aging as fast on the outside, you just age inside... like good'ol wine" </p></span>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-84183041117008365882009-09-13T15:46:00.002+00:002009-09-13T15:48:40.442+00:00Desinspirado...<p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Não tenho tido pachorra para escrever nada de jeito, e por nenhuma razão em particular... acho que por cá o Verão morreu antes de acabar... Obrigado a todos os que me têm visto ser novo sendo velho :)</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">E sim o "poema" abaixo é uma treta... mas... para não dizerem que é por preguiça... tenho tentado mas... enfim:</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Perdido em passos que já dei..</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Sorrindo como já sorri</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Não feliz, apenas habituado...</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Tanta coisa em meu redor, </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Novo, tudo novo, e bom</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Mas...</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Ah a brisa do mar traz-te...</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">E tu do novo és o mais velho,</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">E bom, mas...</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Não ao meu redor.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Sorrio como já sorri,</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">é do hábito.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Perdido em palavras que temo </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">mesmo não as tendo ouvido..</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Ainda, parece-me...</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica; min-height: 14.0px"><br /></p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Sorri pequena... sorri, que se for sincero é bom. </p>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-50329064539979764332009-09-08T19:51:00.002+00:002009-09-08T19:57:14.814+00:00<p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">E porque a saga de Zakopane ainda não está perto do fim, deixo-vos com uma brincadeira de hoje:</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Bom dia" sorriram os seus olhos quando os meus se abriram.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Oi pequena" a minha voz ensonada abria os panos daquele início de manhã, o Sol a bater no chão de madeira lá ao fundo deixando atrás de si um rasto de um branco amarelado intenso, luz, luz, luz, luz, luz... Imensa luz brilhante e nova que reflectia em todo o quarto até bater nos seus caracóis grandes fazendo-os quase louros. </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Pisquei os olhos, espreguicei-me num bocejo para não a incomodar, e estiquei o meu corpo numa posição de prancha para não desprover os nossos corpos nus dos lençóis que os cobriam.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Estás acordada há muito?"</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Não..."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Estás a ver-me há muito?"</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Há algum tempo, sim."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Observar-me então custa-te mais que estar acordada?" gracejei.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"É novo para mim, envolve esforço, envolve respeitar cada respiração tua, envolve não te ter a falar comigo, ter-te silencioso é quase uma nova experiência sabes?"</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Estás a queixar-te?" </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Não, nem me passaria pela cabeça tal... estou apenas a dizê-lo para que compreendas que tudo isto é novo para mim. Bom, sim, sem dúvida, mas novo ainda assim. Não sou tão experiente nestas coisas como tu..."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"E recomeças?Já te disse que isso são balelas, não sou experiente, não contigo, nunca contigo."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Os seus olhos reduziram-se a frestas felinas, o seu sorriso abriu-se numa boca já larga de lábios extremamente finos, delicados, bonitos. Apanhara-me na sua própria brincadeira, num jogo de que eu era mestre... "Psicologia invertida... que treta." ri-me.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Passei a minha mão por cima dos ombros dela como num abraço, e virei-me sobre ela, prendendo-a entre os meus joelhos libertei os meus braços e fiz-lhe cócegas na cinta, fazendo-a contorcer-se sob mim, mais e mais e mais, até culminarmos num beijo. Apaixonado, grande de tão pequeno, o mais próximo do eterno que alguma vez estive...</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Levantei-me. "Onde vais?" "Volto já pequena." "Hmmmmmm" soltou ela num gemido lânguido e preguiçoso e querido que englobava toda aquela manhã numa única onomatopeia, com o braço puxou os lençóis para cima de si e deitou-me um "estás a olhar para onde parvo? Vê lá, vê.." que me deixou aparvalhado sem saber o que dizer. Ri-me, nessa tentativa de escapatória de quem não sabe mais o que dizer, e abri a porta de madeira escura na minha frente entrando na casa de banho. </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">A luz reflectia nos azulejos claros pela janela minúscula por cima da sanita, espreitei para os campos lá fora, onde o trigo ia já alto avisando que o Verão estava já quase a acabar. </p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Lavei a cara, passei as mãos pelo cabelo, ajeitei as boxers mal vestidas, lavei os dentes, e voltei para junto de ti: "Vamos dar uma volta? Aproveitar o Alentejo?". Ficaste calada... Abanei-te um pouco, gemeste outra vez e disseste-me "Volta para a cama, temos mais que tempo."</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">E eu acreditei em ti, e voltei, sempre quis ter tempo com alguém assim do lado, e nunca o tinha querido tanto como agora, como contigo. Enrolei-me nos lençóis, pousaste a cabeça no meu peito e adormeceste mais um pouco... A paz do teu rosto, entre olhos fechados e o rosto tapado pela tua juba enorme era tudo o que eu precisava, agradeci-te, e perdi-me no sonho contigo...</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">_______________________</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 150px; height: 150px;" src="http://dic.academic.ru/pictures/enwiki/65/Ambulance_LTD-Ambulance_LTD.jpg" border="0" alt="" /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">A ouvir: </p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Stay where you are"</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Ambulance LTD</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">álbum: Ambulance LTD</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=1plARzmiX5k">link</a></p>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-31434622325765382162009-09-08T11:53:00.001+00:002009-09-08T11:53:38.846+00:00Zakopane pt.5<span style="font-size:85%;">Demoráramos no caminho já cerca de um quarto de hora, perdidos numa conversa composta por vocábulos lentos de duas línguas incompatíveis e imensa gesticulação, falámos de polkas e polskas, interesse meu nascido no Andanças, e mostrei-lhe o meu 1-2-3 na tentativa de aprovação por uma local. Sorriu e deu-me um braço e cantou em largos pulmões enquanto rodopiámos duas ou três vezes ao som da melhor tradição do sul da Polónia.<br />Os "ch's" e os "obra" e "ova" e cj" eram tão constantes que ao fim de algum tempo tudo o que a minha cabeça retinha era uma sessão contínua e quase inexpressiva deses sons. Ao subirmos o caminho rente à montanha Anja apercebeu-se da minha debilidade, embora eu me esforçasse ao máximo para a esconder e obrigou-me a parar para descansar, fingindo-se, ela própria, cansada tentando assim não me ferir o orgulho.<br />Disse-me "Halt" e ergueu o punho no gesto militar de paragem, e eu, na brincadeira, marchei até ela arrancando-lhe novamente as ruidosas gargalhadas que tanto me animavam.<br />Cá de cima via metade do caminho que havia feito desde hoje de manhã, elevei o polegar ao olho cobrindo-o e pensei "Tanto tempo para cobrires um polegar de terreno... a trigonometria é tramada, não é ti jagga?<br />Levantei-me de novo e fiz-lhe sinal para seguirmos, ela fez-me sinal para que me sentasse novamente, que precisava de mais descanso do que aquele. Acenei que não e dei um pulo, ao que ela acedeu ao meu pedido levantando-se e acelerando o passo o suficiente para me deixar para trás, como se me atirasse à cara que o orgulho tem limites.<br />A falta de oxigénio ali tão perto do Sol quente, o caminho de gravilha onde as minhas sapatilhas escorregavam de três em três passos, a minha falta de condição física e os excessos dos últimos dias, todos se uniam, personificados naquele granito cinzento à minha esquerda, que se erguia em direcção ao céu azul separando-me deste. do sítio onde estava, o topo da montanha parecia pender das poucas nuvens brancas que agora se viam, como se elas suportassem o peso do vale à nossa direita inteiramente, fazendo-os pairar sobre um qualquer mundo subterrâneo longe desta vista paradisíaca e verde polvilhada de flores e borboletas com os pássaros a entoarem permanentemente cantos em honra da beleza deste lugar.<br />De súbito, após uma curva na montanha, o caminho começou a descer imenso, em direcção ao que me parecia uma parede rochosa, mas como a minha guia permanecia segura, menos não podia fazer que segui-la. No fim da descida encontrei-me frente a frente com um desfiladeiro gigantesco, com paredes gigantes do mesmo granito que o topo da montanha que acompanháramos até agora. Pensei no quão pequenos ambos pareceríamos vistos lá de cima, de mais de 30 metros de altura, ao abandonar o verde colorido e a deixarmo-nos engolir pela boca das montanhas que nos desafiavam. Os nossos passos começaram a ecoar, e a dor nos meus pés aumentou consideravelmente, o cascalho crescia aqui de dimensão o que tornava bem mais difícil o apoio dos pés para alguém desabituado a estas caminhadas longas. Já Anja movia-se com uma agilidade quase felina como se fizesse aquele caminho diariamente, Ao ver a minha falta de jeito para me apoiar voltou atrás, e segredou-me algo que obviamente não entendi, percebi, no entanto pelo tom grave e pelo olhar dela que aquele lugar teria provavelmente uma qualquer mística especial, Levou o indicador aos lábios desgastados, num desnecessário sinal de silêncio e eu assenti educadamente.<br />40 passos à frente, quando o caminho sinuoso passou a impedir-me de ver a entrada do desfiladeiro, aproximou-se da parede direita, e ajoelhou-se, ao alcançá-la apercebi-me do pequeno altar ali presente e acompanhei-a bezendo-me frente a uma Maria vestida de branco, sinal do Sagrado naquele sítio nitidamente divino de tão paradisíaco. E ali, parado entendi que aquele sítio onde de repente me dirigi em oração àquela Santa (eu que de religioso não tenho nada) percebi, que mais do que procurar a fé, tinha sido encontrado por ela, não a Fé numa crença divina, mas a fé em mim mesmo, a fé de que qualquer que fosse o caminho que seguia, me encontraria a mim, ao encontrar verdadeiramente os outros.<br /><br /></span>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-66607118747554486702009-09-04T00:13:00.003+00:002009-09-04T00:16:51.144+00:00Zakopane pt.4<span style="font-size:85%;">Retomei a caminhada tentando motivar-me perdido em canções dos Kinks e ensava no quão fantásticos haviam sido os meus tempos com o Simon nas 3 semanas que ele passara comigo em Viena.<br />"Janado do caraças.", ria-me eu, recordando aqueles olhos minúsculos e o cabelo sempre colado à cabeça, a voz monótona sem nunca se exaltar nem sequer soltar uma gargalhada, rindo-se sempre baixinho e dizendo "E apesar de tudo invejo-vos latinos por conseguirem ganhar as pessoas tão facilmente.". Pessoalmente nunca percebera quem tinha ganho quem, se o Simon a mim, se eu a ele. Sei apenas que quando o conheci me sentira intimidado pela impessoalidade germânica dele, enquanto ele não gostava nada dos meus modos mais calorosos e abertos. Mas, de repente, sem nada o fazer prever, à bendita e clara luz dumas </span><span style="font-size:85%;">Wieselburgers e dum dj set do senhor Peter Kruder entendemo-nos perfeitamente e ganháramos uma cumplicidade inacreditável.<br />Agora, no meio das florestas do Sul da Polónia, e longe do conforto industrial e negro do Flex, o realismo começava a entrar-me pelos poros abertos com o suor e a invadir-me o espírito, "O búlgaro tinha razão pá. O caraças do búlgaro tinha razão, estás aqui no meio do nada, sozinho à procura de algo quase impossível de encontrar", e, logo a seguir como que expelindo-o o cinzentismo: "Quase impossível!! QUASE! QUASE! QUASE! QUASE!" chegando ao ponto em que o pensamento passara da voz alta e daí a berro, acompanhado de um punho erguido estúpido isolado mas demonstrador do quão desesperado estava e do quanto precisava de me convencer de que não estava a andar para nada, por mais perdido que estivesse.<br />E eis que nesse momento em que estava sobre a corda bamba, num vai não vai de esperança, um milagre aconteceu, de repente um grito em polaco chegou-me aos ouvidos, corri para fora do arvoredo, feito tolo em direcção ao vale florido, onde seria mais fácil ver e ser visto. Com a pressa tropecei numa raíz, voando dois metros e espalhando-me ao comprido na relva, levantando em meu redor uma nuvem gigantesca de pólen que subiu no ar, cumprimentando-me como Deus criador das futuras flores deste vale, e pensei no quão aleatória era a criação. Como se o Acaso esperasse por mim para iniciar o processo de fecundação neste vale, levando agora o amarelo início de vida na brisa.<br />As gargalhadas gigantescas estalaram ruidosas mas doces e profundamente humanas, desviando-me a atenção da minha reflexão quiçá parva. Olhei-a enquanto me aproximava, devia ter uns 50/60 anos, envolta na sua saia verde escura e a camisola negra. grande, larga, cabelo contrastando entre o negro e o grisalho, olhos daquele azul inexpressivo de tão claro. Ao ver-me aproximar o riso diminuiu, mas o sorriso manteve-se, demonstrando serenidade, calma, e simpatia perante o meu aspecto deslavado e da minha cara agora amarela do pólen.<br />"Do you speak english?" sonhei eu...</span><br /><span style="font-size:85%;">"Niet" disse num sorriso enorme de quem me entendera como turista perdido, (e de resto o que era eu?).<br />"Français?Deutsch?Español?Português?"<br />"Niet, niet" e o sorriso cresceu, "Russky?"<br />"Niet" disse eu agora quase rindo.<br />Levantou oito dedos e disse algumas palavras perdidas novamente no meio das suas gargalhadas sonoras e boas, como quem diz: "8 línguas diferentes, 8 meu Deus, 8 línguas e não há forma de nos entendermos."<br />Acenei com a cabeça e encolhi os ombros. Ficámos parados a olhar um para o outro por uns segundos, até que me lembrei que tinha papel na mochila, saquei da caneta (nova gargalhada quando viu as garrafas, ao que lhe ofereci e me recusou com um sorriso sincero).<br />Escrevi "João" e apontei para mim, feito parvo arranhei o pouco alemão que sabia, como se este lhe fosse mais próximo... "Ich bin João."<br />"Ju-a-u?"<br />"Jo-ão, João" disse lentamente.<br />"Ju-a-um?" perguntou.<br />"Ja ja, und dir?" perguntei apontando para ela.<br />"Anja."<br />"Anja..." repeti, unindo as palmas e curvando-me numa vénia quase teatral.<br />Perguntou-me algo que não compreendi, mas que deduzi que fosse a minha origem:<br />"Portugal" disse com sotaque inglês, a sua cara foi de estranheza, "Por-tu-gal" repeti lembrando-me a diferença do "tch" e do "t".<br />"Ahh Portugal..." parou a pensar uns segundos "Simon? Simon freunde?"<br />"Ja Ja JA JA SIMON FREUNDE JA... UIIIIIIIIIIII" Saltei eu de alegria, "Simon sehr gut freunde uh ja, genau genau, um amigalhaço sim senhora" explodi eu abraçando-a, ao que ela respondia com mais gargalhadas, achando-me maluco. Recuei, vi-a sorrir-me e fazer-me sinal para que a seguisse, pedido a que atendi prontamente, correndo em torno dela e gritando "Obrigado An</span><span style="font-size:85%;">ja, Obrigado é merci" e ria-me feito tolo, fazendo-a rir-se da minha tolice, percebendo a inocência nela contida...<br /><br />______________________<br /><br /></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.cykong.com/Projects/Images/SaDingDing-Alive-DispopRemix%282007%29.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 150px; height: 150px;" src="http://www.cykong.com/Projects/Images/SaDingDing-Alive-DispopRemix%282007%29.jpg" alt="" border="0" /></a><span style="font-size:85%;">A ouvir:<br /><br />"Alive"<br /><br />Sa Ding Ding<br /><br />álbum: Alive<br /><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=xFVsqewJLkE">link</a><br /></span>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-39067439921685216192009-08-31T12:37:00.002+00:002009-08-31T12:44:12.075+00:00Zakopane pt.3<p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">No jogo do toca e foge entre o Sol e a àrvore que me servira de encosto durante a noite, a luz acabara por vencer o caminho até à minha cara, acordando-me para o mato que me rodeava.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Olhei para a clareira à minha frente procurando amoras ou mirtilos nos arbustos, e fui surpreendido por uma trepadeira que abraçava um carvalho, carregada de frutos vermelhos que pareciam maçãs em miniaturas. Observei as que estavam mais altas e que estavam debicadas pelos pássaros, decidindo-me a comê-las.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Tinham um sabor amargo, mas a consistência era semelhante a uma pera, embora menos sumarenta.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Recolhi algumas para um saco de papel, abri a pasta e troquei-as pelo telemóvel que me apontou as 11 horas seguidas que dormira.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"E cansado estava" disse em voz alta "Vamos é beber uma jeca para aliviar a dor de cabeça matinal." ganhara este hábito de falar sozinho em voz alta para ter a certeza dos sons do m</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">eu português. Como que para me convencer que o meu país estava ali dentro do meu cérebro e que não me abandonara. Tentava assim evitar que os meus pensamentos fugissem para o inglês, ou para o francês mal amanhado, ou ainda para o meu portuñol (versão pr´pria dum galego que não conhecia tão bem como isso), e, assim, manter o meu pedacinho rectangular junto ao mar na memória.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Caminhei os 15 metros que me separavam do rio para redescobrir as garrafas que lá havia posto no dia anterior, geladas pela àgua que descongelava das montanhas ali perto, ao alcance dos meus olhos. Dei um mergulho rápido, sentei-me na margem, tirei o isqueiro do bolso das minhas calças estendidas na relva da margem, abri a Lech e saboreei cada golo como se fosse ambrosia divina a escorrer-me pelas goelas.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Há cerca de três dias que não comia uma refeição digna do nome e, algo me dizia que não o faria tão cedo, mas sentira-me bem até há noite anterior, de embriaguez em embriaguez atirara no meu pensamento, a fome que sentia para a gula, mas neste momento em que essa sensação passara, o meu estômago aproveitava para apregoar as suas queixas à minha cabeça, mas tirando os projectos de maçã, "E mal os posso considerar mais que um petisco", não tinha nada por perto, pelo que tomara a decisão de beber duas cervejas de rajada para enganar o organismo. Abri a segunda, e ao fim desse segundo meio litro em jejum, já me sentia trôpego o suficiente para me perder a pensar noutros assuntos. Arrumei as minhas coisas, voltei ao rio, recolhi as garrafas cheias e vazias pondo-as na minha mala de tiracolo, e segui em direcção à nascentedo rio, seguindo também o pensamento de </p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">que subindo a montanha poderia ver toda a região à minha volta.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Fresco do banho e com as pernas descansadas da noite, avançava a um bom ritmo por entre as árvores, sempre paralelo ao rio, e mantive o ritmo durante um bom par de horas. talvez mais... Começara, no entanto a suar, o que significava que o álcool saía do meu organismo na mesma proporção em que as dores de estômago e de cabeça voltavam. Ia bebendo água do rio para me ir enchendo e ludibriar a fome que sentia. Tentava guardar o álcool o mais possível por não saber quanto tempo passaria sem ver gente.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">De súbito, ao virar do rio, o meu maior medo concretizara-se. À minha frente, o arvoredo acabava, e, a paisagem abria-se numa planície verdejante, polvilhada pelo amarelo e rosa das flores que saltavam por entre a relva. Por mais bonita que fosse esta visão "E é-o de facto" significava também o fim da sombra, e isso assustara-me. Tentei seguir o rio com os olhos, para ver se haveria alguma floresta por perto, mas apenas um ou outro carvalho isolado me apareciam, nada que me protegesse dos mais de 30 graus do Sol polaco.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Voltar para trás também não era uma opção muito atraente, ao todo devia já ter percorrido umas 9/10 horas a pé desde o ponto onde o búlgaro me deixara. fosse como fosse também não sabia a partir daí como chegar à localidade mais próxima, pelo que decidi afastar-me do rio, e tentar subir a montanha por entre a floresta, e assim evitar o pico de calor.</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">___________________</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 150px; height: 150px;" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/6/6f/JohnnyCash-AmericanV.jpg" border="0" alt="" /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">A ouvir:</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"God's gonna cut you down"</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Johny Cash</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">álbum: American V: A Hundred Highways</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=mQkFxfyHgMk">link</a></p>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-86248780512365941752009-08-26T20:44:00.005+00:002009-08-27T03:09:36.606+00:00Zakopane pt.2<p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">As silvas roçavam-me as pernas, mas eu imaginava-me no meu God mode, invulnerável, insensível, dominador. Alguns pardais cantavam como que rindo-se da minha clara inaptidão para homem do mato. Tropeçava a cada 3 passos, parava para cheirar arbustos e árvores, e o meu aspecto devia ser, já de si, andrajoso o suficiente para fazer rir-se qualquer animal que me pusesse a vista em cima.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Entre duas árvores vi a promessa cristalina cumprir-se, saltei o monte de terra e aterrei "splash" de sapatilhas na água com a inocência de "Gigantic" dos Pixies a ecoar-me na imaginação, num momento puramente adolescente e feliz, "Hey pal Hey pal Hey pal let's have a ball". Dirigi-me ao outro lado da margem e pousei a mochila na relva seca. Tirei as 3 latas de cerveja e a garrafa de vodka que ainda estava por abrir, prenda de uma qualquer miúda da noite de ontem, encantada com o meu cabelo escuro e paleio estragado de pseudo-intelectual enquanto eu lhe dizia em voz alta e confiante:</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Mas estás a entender mal, poéticos são os teus olhos, e não é, repara, não é que eu me esteja a fazer a ti, não, não, NÃO!!" E virando-me para o lado cantarolava para o polaco que estava à minha beira "Sorry Sir it couldn't be further grom my mind" e ria-me feito perdido até perceber que ela ainda aguardava a continuação do diálogo e então olhando-lhe nos olhos retomava como se a interrupção fosse a coisa mais natural do mundo: "Tenho alguém que não o Lou Reed na cabeça" gracejava " e nunca poderíamos ter algo que não apenas físico, nós os dois... És demasiado perfeita nos meus cânones. Os teus olhos azuis claros, frios e gelados são quase locus horrendus na minha óptica, pela antecipação da dor que sentiria ao partir-te o coração. Além disso o teu sotaque polaco, rústico, encantador, de quem tem as dores recentes dum país tão sofrido, tudo isso sobressai na tua voz rouca, no teu sotaque pausado povoado por chs em vez de ss's, nos teus olhos desse azul quase morto, desprovido de emoção, no teu cabelo tão louro, na tua pele leitosa de tão branca, nos teus lábios tão rosados, toda a tua etnia e legado cultural e biológico é revelada em todas estas características, e tal prova-me que a tua vida é bem mais próxima das tuas raízes, e, só por aí tão mais artística, porque o que são afinal a poesia e a arte senão formas de nos manter ligados a essas mesmas raízes? És tu a artista aqui, não eu, tu expressas-te em cada expiração, em cada olhar, em cada gesto... E eu por muito que o quisesse fazer nunca o conseguiria fazer. Talvez a polka que dancei contigo tenha sido o mais próximo que estive de ser o artista que tu és, e agradeço-te por tal."</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">E ela rira-se fazendo-me sentir bêbado, mas agora sozinho, percebia claramente o fio condutor (se bem que caótico) do meu prório pensamento, e, o quão lógico era tudo o que dissera.</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Mergulhei as latas e a garrafa à sombra, na água transparente e gélida para arrefecerem, tirei e atirei a roupa para cima da mochila e deitei-me no meio do rio, tomando o meu primeiro banho em dois dias, </p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">enquanto imaginava destinos possíveis se me deixasse boiar assim nu na direcção da corrente fria. Imaginei um urso observando-me atrás das árvores, junto à margem à sombra dos arbustos polvilhad</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">os de coloridas bagas, e gritei-lhe:</p> <p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Anda grande mamífero gigantesco, ser impotente de pêlo escuro e de pose intimidante, não tenhas medo de mim, aproxima-te, anda partilhar este leito de água fresca com que a Natureza nos brinda a ambos, a ti Rei desta floresta, e, a mim, Deus da minha vida. Anda ser-te perto de mim para que ambos possamos tirar algo deste momento" Nada se mexeu, e, um olhar mais atento revelou-me a substituição do pêlo imaginado por uma ilusão das sombras. Ri-me do quão ridículo acabara de ser, e senti-me absurdamente feliz.. Os acordes de Sofa Surfers povoavam-me os ouvidos... "Can I get a witness..." </p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">_________________________</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 150px; height: 150px;" src="http://happyjokes.files.wordpress.com/2009/06/6a00d834e09d7169e20111689d4e06970c-800wi.jpg" border="0" alt="" /><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">A ouvir:</span></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">"I'm waiting for the man"<br /></span></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">The Velvet Underground</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">The Velvet Underground and Nico</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><br /></span></span></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=MOmZimH00oo"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">link</span></span></a></div><div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:Helvetica, -webkit-fantasy;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:Helvetica, -webkit-fantasy;"><br /></span></div><div><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 150px; height: 150px;" src="http://fakestreet123.files.wordpress.com/2009/04/surfer-rosa-by-pixies_rmss2tf_fyix_full.jpg" border="0" alt="" /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">"Gigantic"</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Pixies</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">álbum: Surfer Rosa</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=KIu_b_fG_2g">link</a></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 150px; height: 150px;" src="http://mp3.uzhgorod.name/uploads/posts/2007-11/1194522423_sofa_surfers.jpg" border="0" alt="" /><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Can I get a witness</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">Sofa Surfers</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica">álbum: See the light</p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><br /></p><p style="margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Helvetica"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=K3Nsk8UZnGo&feature=fvw">link</a> <span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">(faço aqui uma chamada de atenção para o seguinte, este videoclip é gravado no </span><span class="Apple-style-span" style="font-family:Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">Loos American Bar, sítio onde quando estava a viver em Viena era lugar de muita escrita também... um sitio fantástico, a que toda a gente que passe pela cidade devia dedicar uns minutitos se possível. E já agora que estou numa de guia turístico é obrigatório irem ao Flex :p)</span></span></p></div></div></div>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-53836488522968786152009-08-25T10:44:00.004+00:002009-08-25T10:46:59.165+00:00Zakopane pt.1<span class="Apple-style-span" style="font-family:arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Início da transcrição do que no meu bloco de notas se foi criando por terras polacas, tentarei publicar uma nova parte todos os dias, ou de dois em dois dias no máximo, espero que gostem... como é hábito tentarei associar uma música a cada parte da história publicada também, embora provavelmente nem sempre me será possível lembrar da música exacta que estava a ouvir quando escrevi o excerto em causa, dado que desta vez fui deixando o leitor de mp3 rodando... ainda assim, aqui fica:</span></span><div><br /></div><div style="text-align: center;">Zakopane</div><div><br /></div><div><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Here?" indagou surpreendido no seu inglês seguro, mas fortemente sotaqueado.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Yeah, exactly here" respondi eu.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"But this is nowhere, the next village is at least 20 Km away." continuou ele.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Thank you, but the landscape is calling me. There's something waiting for me around here, I'm sure of it..."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"You're nuts, there's nothing here except for tre</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">es and mountains..."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"I ain't nuts, really, I'm sure of this, Simon lives here."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"How do you know?How the hell would you know? You just told me you were never there, you don't even have an address, you don't know the landscape, you don't know the language, you've to be completely stupid to want to go out here man..."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"I just know ok? I just know... Thank you for the ride, thank you for the company, but the landscape's calling me and I've to go."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Abri a porta e saí, o búlgaro saiu irritado, e de um gesto brusco abriu a mala, tirei a mochila, agradeci mais uma vez.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Are you sure you want to stay here, in the middle of the wild, with no way of contacting anyone else, risking to get lost?"</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Yes man... No problem, really, I'll manage, thank you..."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Ok bye... good luck you nuts portuguese."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">"Bye."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; min-height: 14px; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Meteu-se no Corsa vermelho, coberto de pó, derrapou por meio segundo na gravilha e arrancou em direcção ao seu próximo nada apitando duas vezes. Acenei-lhe, sustive a respiração e virei-me para a floresta imensa nas minhas costas. Quando a poeira assentou, tentei redescobrir com o olhar a minha boleia até aqui, mas tinha já virado na estrada e embora ouvi-se o som do carro a ecoar pelo vale já não o via, tapado pelas árvores gigantescas que ladeavam a estrada escondendo verdadeiros mundos para longe do caminho certo da estrada...</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Localização desconhecida, tempo incertp, algures entres a flores coloridas nos arbustos do fim de Primavera e os primeiros frutos, ainda verdes e minúsculos a penderem nas árvores, chamando o Verão.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Ao longe e no seu azul distanciado, as montanhas cercavam-me a mim e à paisagem, e, revelavam-me o porquê de não existir por cá nem uma ponta de vento pronto para afastar o calor exagerado que o Sol causava. A estrada cheia de poeira à minha frente iludia-me com inúmeras poças imaginárias e, a sua promes</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">sa vã de chuva para arrefecer o clima, mas, olhando para o céu nem uma nuvem me brindava... nem uma. A completa inexistência do cinzento como que a negar-me o conforto de me sentir em casa no meio da chuva.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">O búlgaro que minutos antes me dera boleia achara-me maluco. "O raio do português, no meio do grande nada verde polaco, à procura de um amigo que nã</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">o vê há anos, sem saber a morada, sem conhecer a língua, sabendo que é algures nas montanhas de Zakopane e que tem um rio por perto? Caralho para o hippie ou o caraças..."</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Eu lia-lhe as palavras nos olhos e a única coisa que me apetecia era berrar-lhe "HIPPIE O TANAS PÁ. HIPPIE O TANAS! BEATNICK E DOS BONS PORRA." Mas o homem estava já a ser simpático que chegasse em fazer um desvio de mais de 30 Km em troca duma Zwyec, e, como beatnick que me sabia (sei?), gostava destes bancos cinzentos e estofados onde o meu rabo descansava tal e qual rei do meu corpo, fazendo algo que o cérebro, dividido entre bebedeiras absurdamente agressivas, dormidas de duas horas, diálogos sobre o futuro da Europa e do Mundo e dos diferentes eus que era a cada noite (estudante, viajante, trabalhador, artista, boémio, o que quer que entretesse os meus companheiros de cerveja e vodka) não poderia nem que quisesse fazer.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Ouvia água não muito longe, cantando-me tal qual sereia aos ouvidos, e decidi então correr ao seu encontro...</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">(continua amanhããããã)</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">____________________</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 150px; height: 150px;" src="http://johanlif.files.wordpress.com/2009/04/jimi-hendrix-radio-one-362525.jpg" border="0" alt="" /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">A ouvir:</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">" Hear My Train A Comin' "</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">Jimy Hendrix</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; ">àlbum: Radio One</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; "><a href="http://www.youtube.com/watch?v=wCQBbgb_Lvo">link</a></p><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:Helvetica, fantasy;font-size:100%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:12px;"><br /></span></span></div></div>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-64936027634928177842009-08-24T22:07:00.005+00:002009-08-24T22:18:30.474+00:00Avacalho parte um.Acabado de chegar de um dia inteiro de viagem ainda suado e mal cheiroso, e um amigo por telemóvel lembrou-me disto que eu via e ouvira há umas semanas curiosamente dois dias antes do fantástico rap e francesinhas organizado pelo mano Stray, e lembrei-me que ninguém estaria à espera que o primeiro post depois da minha volta de Cracóvia seria com isto... <div><br /></div><div>Vivá Surpresa...</div><div><br /></div><div>Antes de mais, uma nota introdutória, os Governo Sombra, até são uma banda que admiro muito... Gera do old school andam cá desde os tempos de triângulo dourado o que nestas andanças do rap tuga significam praí 9/10 anos? Talvez mais? Provavelmente... </div><div>Quanto a este clip especificamente... pá... eu continuo a achar que os gajos fizeram isto numa de avacalho... ninguém me tira isso da cabeça, e visto nesse prisma o vídeo está mais que bem conseguido... Para se rirem da ironia (que eu quero acreditar que é mesmo o efeito pretendido) cá fica: Mc's da primeira liga / Tira Fora...</div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style=" white-space: pre; font-family:Arial, sans-serif;font-size:10px;"><object width="560" height="340"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/yItcYHbTjAg&hl=en&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/yItcYHbTjAg&hl=en&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="560" height="340"></embed></object></span></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Dá-lhe brita infinita....</div><div><br /></div><div>Ah... para quem depois disto e do interregno forçado ainda se lembrar do propósito deste blog, fica aí a boa notícia que o meu bloco de notas A5 vem com umas 20/30 páginas novas de uma história que começará amanhã a ser postada no blog... Agora, vou finalmente tomar banho... (já vos ouço a todas a cantar em uníssono: "Tira Fora" XD )</div>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-16434178752387692572009-08-14T00:37:00.001+01:002009-08-14T00:39:50.475+01:00Andanças polacasE a verdade é que ela não dançou :'(<div><br /></div><div><br /></div><div>ainda.....???</div><div><br /></div><div>Anteontem vi estrela cadente... será que o desejo ainda se realiza? bom... nos próximos dias estou em Cracóvia, como duvido seriamente que ela corra atrás de mim até lá, aguento mais uma semana e picos para a convidar de novo... </div><div><br /></div><div>Ai menina de olhos verdes, menina de olhos verdes :)</div>jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1689706151417315757.post-14554864990623049272009-08-04T15:06:00.002+01:002009-08-04T15:08:24.706+01:00Pedacinho de andançasEu a ver violinos por cá, e ela a vê-los na praia.<br /><br /><br />Tão bom...<br /><br />Ela ri-se, eu sorrio, ela enterra a cara na toalha, eu rodopio...<br /><br />Estico o braço:<br />"A menina dança?"<br /><br />Para a semana vê-se :)jaggahttp://www.blogger.com/profile/01662238028101935487noreply@blogger.com4