quinta-feira, 9 de julho de 2009

reflexões

Ao fundo do pontão o reflexo do Sol cria milhões de centelhas reluzentes no mar (acende-se-me o espírito), os inúmeros salpicos batem-me na cara relembrando-me da liquidez do meu ser (acalmam-me o fogo).

Sem um objectivo concreto estico tal qual hidra todos os tentáculos em todas as direcções, na esperança de que algum sinta futuro.

Sou este oceano imenso à minha frente, este azul infinito que se distingue do horizonte e se prolonga até o olhar nele se perder... Até onde a alma me vai.

E penso no que terão sentido os que há quinhentos anos se aventuraram neste desconhecido (que ainda hoje o é apesar de tudo). Medo? Fascínio? Respeito? Será que tinham noção de que faziam história a cada milha? Que para todo o sempre deixariam imensos de nós com vontade de ter vivido o que viveram?

Uma onda rebenta à minha frente e faz-me dar dois passos atrás.

Parto eu também um dia destes para o Novo Mundo. O meu novo mundo. Atravessarei eu também o mesmo oceano que eles... Pena já não existirem caravelas...