quarta-feira, 29 de julho de 2009

Janina

Este texto vem duma brincadeira feita com a Ana, uma amiga que possui um dom de escrita fantástico e com quem iria partilhar um blog, coisa que felizmente não aconteceu pois assim tenho eu o meu e ela o dela, e fico muito contente por isso mesmo. O exercício consistia em fazermos a descrição de uma amiga comum, a Janina, pessoa bonita e alegre e que encanta todos quantos a conheçam... o resultado do exercício da Ana está no seguinte link: link

Para este dispenso a rubrica do "A ouvir" pois já não me lembro o que estava a ouvir quando escrevi isto...




Janina



Yemanja deusa do mar por vezes, o fino ao pôr do Sol e o seu sorriso aberto nas outras...


Acho que nunca vi a Janina séria, acho que nunca a vi sem aquele esgar de quem vive porque a vida vale realmente a pena. Sempre que olho para ela penso que a podia ver num qualquer sítio e nunca estranhar, é o tipo de pessoa que não só está bem em todo o lado como faz os possíveis para que todos se sintam bem em seu redor.


Já me aturaste tanta treta ti Janas...


Tem uma luzinha interior que topei desde a primeira vez que a vi, aquece-nos de forma tão clara e evidente que ficamos com a impressão de que lhe é facílimo fazê-lo... Com o tempo percebo que às tantas lhe é mesmo...

Nunca confiei muito nas pessoas, embora seja fácil conquistar-me para determinado espaço, mas nunca foi fácil a ninguém manter-me perto, mas o centro gravitacional dela é de tal forma imenso que fico com a leve sensação que será sempre difícil escapar-lhe...

Não fossem as circunstâncias...


Sinto algo de não familiar quando falo com ela, sinto-me confortável e à vontade, e tenho vontade de explodir em segredos por saber que ela sorrirá e dirá "não te preocupes, não o direi a ninguém". Sei que lhe custa, por parva que seja, a minha incapacidade de me manter algo fixo. E é estúpido tendo em conta o quão pouco nos conhecemos (ela conhecer-me-á melhor do que a conheço a ela certamente). É estranho que das muito poucas pessoas que me viram no meu melhor e no meu pior ela, que conheço há meia dúzia de meses, seja uma delas. E não obstante isso dá a impressão de se preocupar e

de perdoar as inúmeras asneiras que faço.


A Janina é no fundo igual a ela própria, lábios abertos cabelo encaracolado e rastas e terérés.


A Janina viu cinematic orchestra comigo e virou-se para trás e disse-me "espectáculo".

A Janina leu uma mensagem que mandei a alguém num pico de felicidade e respondeu-me "e olaré". A Janina deixa-me com saudades dum mundo de que me afasto a cada dia que passa por inércia de me ser com outros. Com mais saudades do que algumas outras presenças de longa data. A Janina fica encavacada com o meu gozo sobre o seu suposto romance com outra personagem em tudo bom essencialmente no coração, e eles merecem-se no mundo um do outro, da forma que decidirem ser um com o outro. E faz-me feliz que boas pessoas encontrem boas pessoas, e invejo-os por não conseguir ser um deles.


Eu achava que a Janina se chamava Janine, mas ela tem pouco de francesa, muito de Espinho, e, tal como o nosso elo de ligação, muito de Andanças sem nunca lá terem estado. Nesse momento em que estava a criar um novo eu tomei-as às duas como exemplo e pilar... Neste momento em que me sei um eu mais antigo e escuro tenho-as como referência de que um dia sonhei.


Nunca vi as suas obras de arte, mas tenho a certeza que é boa artista, mais genuína e simples que eu de certeza absoluta, e se não o é na tela, é-o com certeza na vida...


Nina de Jah é um bom nome sim senhor... É tão paz quanto possível, tanto quanto eu gostaria de ser.

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